domingo, 28 de fevereiro de 2010

Por que “Sob o Sol do Rio” ?

 Sob o sol do Rio, permeio minha vida, crio raízes.

Para quem nunca ouviu, “Sob o sol do Rio” é uma música, que foi composta pelo “meu brother” Cláudio Faria em homenagem a cidade do Rio de Janeiro. Em meio a tantas canções que marcaram minha vida, esta tem um tom especial. Faz-me enxergar a vida sob a perspectiva da esperança.


"Minha alma voa
E manda embora a tristeza do meu peito
Estou no Rio de Janeiro
Terra de mar e amores sem fim"

Foi um estalo a escolha do nome da música para título do meu blog. Numa madrugada, conversando com o Cláudio, contei a ele que tinha voltado a escrever no período que entrei em total estado de depressão. Mandei alguns textos, e ele me incentivou a criar este blog. Poderia falar sobre tecnologia, mas não vou fazer isto. Vou usá-lo como forma de “eternizar no tempo, o que já está eternizado na alma”.

Sob o sol do Rio nasci, morri, ressuscitei.
Fiz amigos e amores
Levo esta brisa aonde for
Não preciso estar no Arpoador

Sob o sol do Rio cantei
Fui lágrima e sorriso
Levo este sonho aonde for
Suspiro encantos de amor

Um Rio de calor e mar
Que mesmo acordado me faz sonhar

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Sob o sol do Rio - Cláudio Faria

Sabe lá
Aonde estará o amor
Além da linha do equador
Ou sob o sol do Rio
Na poesia dos velhos carnavais
Ou na beleza rara do Arpoador
Quem sabe nos olhos
De quem sai do mar
Dourando ao sol
Olhando o Cristo Redentor
Que lindo!
Minha alma voa
E manda embora a tristeza do meu peito
Estou no Rio de Janeiro
Terra de mar e amores sem fim
E do fim de volta ao começo
Sabe lá onde estará o amor
Só sei que vou pro Rio de Janeiro
Cidade Maravilhosa

Coisas da vida - Juliano Ramos

Não sei o que dizer
Não sei como dizer
Coisas da vida talvez
Coisas do tempo, escassez

Escassez de Vida
De sonhos, de futuro
Presente somente o passado
Passado refletido no choro

Choro de dor
Da mãe, dos irmãos
Saudade
Os dias que se foram ficarão

Eternidade
O que não chegou a ser
Passou a ser eternizado
Horizonte inacabado nas lembranças

Dor de muitos, ou poucos
Saudade de muitos, ou poucos
O que compreende a vida é sobreviver
Preso a sonhos e esperanças

Sonho de melhoras
Coisa da vida é sonhar
Esperança no dia a dia
Coisa da vida, nossa travessia

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Ausência - Drummond

"Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Fruto do sonho - Juliano Ramos

Fruto do sonho
Fruto da vida
Fruto de um amor

Nas palavras de alguns poemas
Nas jornadas traçadas
No café da madrugada

Mesmo antes de ser
Antes de poder
Já era parte de nós

Na reforma da casa
Nos sonhos acordados
Em canções, poemas, retratos

E quando não esperávamos
Para nós você aconteceu
Noite de sexta-feira
Lágrimas no breu

Por poucos instantes
Silêncio, vazio, medo
Do amanhã, da responsabilidade
Das muitas coisas que estariam por vir

Pai e mãe, destinos traçados
Toda poesia se fazendo em carne
Menino ou menina
Por hora apenas amado

Em assim foi sendo
Pelos meses que te desenhavam
Na parede, folha marcada a caneta
No coração, sentimentos sendo forjados

E, quase meados de Abril
Nasci também, fui restaurado
Vinicius, com nome e alma poética
Nosso filho querido, nosso filho sonhado

E hoje?
A poesia continua
No dilúculo, o café também
As canções também não mudaram
Apenas fomos multiplicados, somos três.

Nesta época do ano - Juliano Ramos...

Nesta época, em que a comunhão entre as pessoas é mais intensa, é também época de rever o que poderemos aproveitar do Tempo que passou, de esquecer os sofrimentos e fazer brotar no coração a esperança.

Em meu íntimo, sempre considerei triste esta época do ano, pois, no momento que me ponho a relembrar, é inevitável a saudade das pessoas com que gostaria de reviver doces lembranças. Como não posso mudar os fatos, vou me atendo em tornar menos dolorosa a falta.

Durante muitos finais de ano, refleti a cerca dos fatos que selaram em mim boas e más recordações. Nunca maturei sem passar pela libertadora experiência do reviver em pensamento as dores e alegrias conquistadas.

Neste ano preciso, não só recordar, não só refletir (pois as reflexões fizeram parte do meu dia a dia). Neste ano especial, preciso agradecer, agradecer, agradecer..... A todos, que direta ou indiretamente me acompanharam e contribuíram para minha evolução.

Preciso agradecer a Deus, que por muitos anos não o buscava mais, ou melhor, buscava onde jamais o encontraria, por ter fechado meu coração e endurecido meus sentimentos. No momento que precisei, ele estava lá me mostrando tudo que havia deixado e me empurrando pra vida. Através da palavra proclamada por homens, fez-me entender que caminhar sem ele, é impossível.

Preciso agradecer a minha esposa e ao meu filho, que experimentaram minha ausência, minha indiferença, e que mesmo assim, no momento que precisei me deram as mãos e me reergueram. Conheceram o que tenho de pior, mas ficaram do meu lado. Velam-me diariamente para a cura. Preciso também me desculpar por tê-los feito passar por tudo o que passaram.

Preciso agradecer a minha família que choraram muito por minha causa, mas que nos poucos momentos que juntos estivemos, tentaram me compreender, e me mostraram o melhor caminho a trilhar. Preciso agradecer pela certeza de nunca estar desamparado.

Preciso agradecer a minha médica, que pelas mãos de Deus, estava no lugar certo e na hora certa, para me atender e dar o melhor de si.

Preciso agradecer aos poucos amigos, não os citarei, pois de coração eles sabem que são. Eles estiveram presentes nos momentos mais difíceis. Discordaram de muitas atitudes que tomei, mas mesmo assim, permaneceram firmes ao meu lado. Neste ano que finda, conheci tanta gente, e todas estas pessoas só me fizeram enxergar quem são meus verdadeiros amigos. Não estão comigo pela facilidade, e sim pelas batalhas que podemos enfrentar. Não querem nada além de palavra e disponibilidade.

Tempo - Juliano Ramos...

Tempo que passou
Tempo que virá
Nomeados passado, presente ou futuro
Tempo de recomeçar

Fim da saudade
Fim do sofrimento
Substituídos pela grande amizade
Recomeço de um novo tempo

Alegria na chegada
Nas conversas intermináveis
De sol em sol, virando a madrugada
Lembranças do começo, inevitáveis

Dia após dia
Mudança
Dia após dia
Lembrança

Nos erros
Descobrimos os acertos
No tempo
A vontade de acertar

Na ferida
Descobrimos a dor
Na presença
O amor

Na saudade
Descobrimos a falta
Na companhia
A esperança

Na vitória
Descobrimos o Eu
No desespero
Deus

Nas descobertas
Certezas, incertezas
Em Deus
Paz