terça-feira, 9 de março de 2010

Madrugada de Setembro

Uma hora da manhã, madrugada de setembro
Somente o som do ventilador, e o toque no teclado
Não durmo porque borbulham meus pensamentos
Trabalho, filosofia e um texto inacabado

Foram tantas madrugadas que nem lembro
Quanta solidão, tendo pessoas ao meu lado
Tantos sonhos perdidos no tempo
Infinita busca, dia a dia, passo a passo

O que procurava não entendo
Procurava o meu eu, meu retrato
Figuras soltas, imagens passando como o vento
Encontrei somente dor e cansaço

Passei horas, meses, anos sedento
Materializei a busca em fato
Pessoas que amo em desalento
Minha alma fraquejada por maltrato

Maltrato que em meu entendimento
Apenas por mim foi causado
Sofri novamente, mas aprendendo
Que saudade em excesso é estrago

Pessoas que chegaram, passatempo
Não mais estão ao meu lado
Passado de volta com encantamento
Meu recomeço, eis o novo fato

Hoje, madrugada de setembro
Posso escrever meu relato
Amanhã por força do amor, alma do meu sustento
Homem novo serei, pai e marido afiado

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